
De acordo com Aristóteles, somos seres sociáveis e, por natureza, precisamos pertencer a uma coletividade. Mas pra ela essa máxima não encaixava muito.
Claro que ela se relacionava com as pessoas, mas sempre que podia escolher, optava por passar momentos sozinha ao invés de estar entre amigos. Os momentos de solitude eram uma importante ferramenta de recarga de energia e reconexão consigo mesma.
Até que ela passou por momentos turbulentos que a deixaram fora do eixo. Quando se viu meio perdida e sem entender muito bem o que estava acontecendo, sentiu medo e se sentiu sozinha. Muito sozinha.
Aquela pessoa que vivia esperando uma brecha para passar alguns momentos sozinha, agora vivia o oposto: não queria que ninguém saísse de perto por nada.
Foi num feriado prolongado na casa de praia de queridos amigos que ela percebeu: estar entre pessoas pode ser muito acolhedor. Ali entre conversas leves, descontraídas, sem perceber o tempo passar; cafés da manhã demorados e muitas risadas ela pôde esvaziar a mente e se sentir em paz. Sem medo e sem solidão.
Talvez num futuro próximo ela ainda precise de alguns momentos de escape sozinha com seus pensamentos. Mas com certeza a companhia e o calor de pessoas queridas passa a ter outro valor de agora em diante.