
Ela se considera uma pessoa organizada, mas não foi sempre assim. Sua mãe gostava de ordem e não queria nada fora do lugar. Mas ela dizia se entender com sua bagunça organizada.
A “bagunça organizada” era materializada em pilhas de papéis, cadernos e revistas que sempre colecionou; também em pilhas de roupas que por vezes se embolavam dentro do armário.
Com o passar dos anos, amadurecimento e após o casamento, a organização passou a ser importante para a melhor fluidez do dia a dia. Ela começou a notar que estava acumulando menos coisa, conseguia organizar melhor os espaços físicos e, observando cuidadosamente, reparou que, quando está tudo fluindo bem lá dentro (mente e coração), a organização reflete do lado de fora: nos ambientes da casa e nas pilhas todas que ela costumava acumular.
Começou a notar também o efeito contrário: quando algo a estava angustiando, algum conflito sem resolução, logo aparecia o quartinho da bagunça cheio de pilhas variadas para arrumar. Talvez como um exercício interno.
E a vida, afinal, é assim mesmo. Flui de dentro pra fora. A famosa frase “a paz que você procura aqui está dentro de você” faz todo sentido aqui. Quando se está bem consigo mesma, o restante flui. De dentro pra fora.