
Ela sempre gostou de crianças. Era aquela pessoa que não podia ver um bebê que já logo pedia para pegar no colo e acompanhava de perto os bebês de amigas e familiares, sempre atenta a esse universo.
Depois de casada, sabia que queria, mas não o fez logo de cara. Quando pensou que poderia ser a hora, chegou a se questionar se iria percorrer aquele caminho por vontade própria ou se estava apenas fazendo “o que manda o figurino”, já que vinha compondo a tríade – faculdade, casamento e então, filhos.
O casamento estava na melhor forma, a idade era boa, a liberdade conquistada também. Após atravessar problemas familiares, aquele período era um respiro para o casal, vivendo momentos de plena felicidade em sua própria casa, indo a restaurantes, curtindo viagens…
Após ponderar tudo, concluiu que a jornada da maternidade aconteceria. E que todos aqueles bons momentos eram efêmeros. O tempo iria passar e chegaria um hora em que seriam apenas os dois, e isso seria muito sem graça na velhice.
Partiu rumo a essa jornada tão romantizada quanto desconhecida. E por mais que as pessoas falem e espalhem teorias por aí, cada caminho é muito particular. Primeira lição: você não tem controle de nada – um problema para alguém que vinha se descobrindo altamente controladora.
Mas a parte boa que ela encontrou nisso tudo foi ter se descoberto. Sim, porque na busca por conhecer e oferecer seu melhor ao filho, deparou com um caminho tão lindo quanto tortuoso e dolorido: o de se autoconhecer.
Um caminho sem volta que proporcionou um mergulho interno profundo e constante. Que expõe feridas, mas também apara arestas e a torna melhor para ensinar o melhor ao filho. Não é fácil, mas é bonito e gratificante.