
Tenho dificuldade de usar cores. Venho me observando há algum tempo e essa característica vinha se mostrando cada vez mais forte. Sempre amei um pretinho neutro e básico (amplio o leque para cinza e azul marinho). Dia desses, me lembrei de uma frase da minha mãe: “Ai, filha, você só usa preto. Escolhe outra cor”. Analisando essa lembrança, constatei que essa característica me acompanha há bastante tempo (visto que já faz sete anos que minha mãe se foi).
Porém, tenho notado que isso passou a me incomodar. Como já escrevi aqui antes, a moda – e, consequentemente, as cores – tem o papel de traduzir um estilo e também estado de espírito naquele dia. Talvez por isso tenha surgido a necessidade de incluir cores nos meus dias.
Não quero ser todo dia apenas cinza (apagadinha e sem graça), preto (apesar de elegante, também pode passar a imagem de uma pessoa muito fechada e até mesmo em luto), ou marinho (básica sem chamar atenção). Quero trazer luz, irradiar cores e mostrar nos meus looks do dia que também posso ser pink, roxo ou verde-água, por exemplo. Cor da qual eu gosto muito, inclusive. Houve um tempo em que usei com bastante frequência, mas depois enjoei e aboli do armário.
Já é tão automático pra mim, que, ao escolher uma nova peça, nem penso, “vou pegar o preto mesmo que não tem erro”. Mas, aos poucos, devagarzinho, vou mudando essa realidade. Já tenho peça rosa, púrpura, verde erva doce… E gosto delas. E, o mais legal de brincar com as novas cores é descobrir as combinações e como elas se encaixam com as minhas antigas peças neutras. Pudera, não é tão difícil fazer combinações com preto, cinza ou marinho.
Dia a dia, assim como novos hábitos que exigem paciência, treino e persistência, incluo uma peça de cor no meu look. O próximo passo nessa busca que também entra no âmbito do autoconhecimento é fazer uma análise cromática. Quando fizer, conto aqui. E espero ampliar meu mundo que era cinza para um lindo arco-íris, com todas as cores que tenho direito.